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  • Ago

    20

    2021

Câmara aprova MP que altera regras e facilita abertura de empresas

Entre as mudanças do projeto, está a criação do chamado Balcão Único, sugestão da RA-19

A Câmara dos Deputados aprovou no início deste mês a Medida Provisória (MP) do ambiente de negócios, que busca diminuir a burocracia para as empresas e incentivar a abertura comercial do país. A matéria seguiu para sanção presidencial.

No início de junho, representando a RA-19 (Região Administrativa), a qual a ACE Batatais pertence junto com 20 Associações Comerciais, o gerente Luiz Carlos Figueiredo, participou de reunião on-line com representantes de outras RAs e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), passando a sugestão das ACs da região para acrescentar na MP a proposta de criação do “Balcão Único, que é unificar as inscrições federais, estaduais e municipais para somente uma inscrição e um CNPJ.

O projeto foi aprovado inicialmente na Câmara no fim de junho e enviado ao Senado, que fez alterações e aprovou o texto na noite do dia 4 de agosto. A MP então voltou para análise dos deputados, que rejeitaram as mudanças do Senado e aprovaram o texto da Câmara novamente, tendo apoio de praticamente todos os partidos, foram 413 votos a favor do projeto e 14 contra.

Entre as mudanças do projeto, está a criação do chamado balcão único, sugestão da RA-19, no qual a empresa poderá cadastrar seu CNPJ e fazer sua inscrição no fisco estadual ou municipal, sem ter que passar por diferentes esferas de governo para iniciar seu negócio.

Com isso, segundo estimativa da equipe econômica, em estados e municípios onde houver a adesão ao balcão único, o tempo médio de abertura de empresas poderia ser reduzido de dez para três dias.

De acordo com uma projeção apresentada pelo governo, as mudanças trazidas pelo projeto devem levar o Brasil, pela primeira vez, ao top 100 do ranking de melhores países para se fazer negócios do Banco Mundial. Atualmente, o país está entre a posição 109ª e 119ª.

Essa projeção não leva em conta as alterações no texto feitas pelo relator, deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP).

Em conjunto com outras medidas, como a reforma tributária, o objetivo do governo é chegar em 49ª até 2022. O governo também espera que a melhora no ambiente de negócios traga mais produtividade para a economia e atraia investimentos estrangeiros.

Veja as principais mudanças:

Classificação de risco

Outras medidas devem facilitar a abertura de empresas, como a simplificação da classificação de risco. De acordo com o relatório do deputado Marco Bertaiolli, o Comitê para Gestão da RedeSim (CGSim) deverá publicar uma resolução dispondo dos riscos das atividades que será adotada por estados e municípios que não tenham classificação própria.

Essa alteração deve ajudar diretamente na abertura de empresas de médio risco, que poderão obter alvarás de funcionamento automaticamente, apenas com uma assinatura do termo de responsabilidade. Entre empresas de médio risco estão o comércio atacadista, hotéis e educação infantil.

Comércio exterior

Além das facilidades para abertura de empresas, o projeto também traz mudanças para o comércio exterior. Um dos exemplos, é a flexibilização das licenças de importação com o objetivo de facilitar a entrada de importados no país.

De acordo com a MP, a imposição de licenças somente poderá ser feita se as restrições estiveram previstas em leis ou atos normativos.

Outra mudança é o fim do Siscoserv, sistema de informação sobre comércio exterior, que era considerado burocrático e de difícil uso pelas empresas que precisavam mandar informações ao governo.

Para o envio de documentos, dados ou informações, os exportadores e importadores poderão utilizar um guichê único eletrônico. O recolhimento de taxas também será feito preferencialmente por esse guichê.

Cadastro fiscal positivo

O projeto também autoriza a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) a instituir o Cadastro Fiscal Positivo, que deve diminuir a burocracia de empresas que desejam participar de licitações.

Com o cadastro, as informações e certidões necessárias nesses processos ficarão mais fáceis de acessar.

“Com esse novo sistema, pretendemos desburocratizar a apresentação de documentos comprovando a regularidade fiscal de contribuintes, criamos incentivos para os bons pagadores e melhoramos a gestão de riscos no âmbito da PGFN”, diz o relatório.

Fonte: O Globo